JUSTIFICAÇÃO:
O ponto principal do meu trabalho artístico dos últimos anos baseia-se na criação de novos sons instrumentais /esculturas sonoras. Tive a oportunidade de apresentar o meu trabalho criativo em diversos eventos, solo e em grupo e pretendo agora no âmbito do projecto BragaCult intervir na requalificação urbana e social de um quarteirão da freguesia da SÉ.
A linha azul é uma intervenção sonora sobre o quarteirão da SÉ com o recurso a uma instalação ambivalente de ambientes sonoros e visuais. A partir de objectos normalmente considerados endesuso/lixo pertencentes à sua biografia. O universo sonoro é povoado e complementado plasticamente por vídeo, música, ópera, palavra, dança e registos/ambientes sonoros, numa multidisciplinaridade de actos criativos e de criadores, envolvendo instituições e pessoas locais crianças e seniores.
OBJECTIVOS:
• Pretende reanimar as veias de um velho quarteirão, em boa hora fundeado em Braga - uma zona de latoeiros, sapateiros, merceeiros, penhoristas,.... Ligados à sua história. À evocação do seu passado se quer juntar linguagens e práticas artísticas contemporâneas projectando-a na cidade como Lugar presente. Não se trata, de um projecto de mera historização didáctica de uma reconstituição digitalizada museológica ou etnográfica mas da reabilitação das suas memórias incidindo na modernidade que esse mesmo lugar sugere e que, a seu tempo, foi também representante, mostrando à cidade como testemunho artístico VidaOuVida dos que a habitam.
• Motivar os habitantes daquele quarteirão para o desenvolvimento da sensibilidade, do sentido crítico, da mudança de atitudes e de valores em torno do espaço envolvente. Levá-los à redescoberta do prazer de aí viver e a dar testemunho criativo da sua história.
• Através deste trabalho de construção e pesquisa sonora no espaço, pretende-se avivar a memória das pessoas dando-lhes a possibilidade de redescobrir a poesia da rua. Os pregões, o varrer das ruas, a música do bairro... a memória sonora, o tempo dos diálogos e das conversas SÓnaORA os gritos e algazarras, os arraiais, a luz pública dessas noites culminando num testemunho Invisível.
• Crianças realizarão uma oficina musical/sonora, de construção de instrumentos - esculturas sonoras, e de composição a partir da instrumentação construída e do registo de ambientes sonorous/rua, que irá culminar na criação de uma orquestra, a WorkestraZona.
DESCRIÇÃO:
Os participantes serão envolvidos num discurso sonoro coerente, criando-se diálogos e conversas onde as partes concordam, discordam, argumentam, apoiam, imitam, complementam e mudam de conversa sonora. A partir de esculturas sonoras & objectos construídas por crianças e seniores através do aproveitamento de utensílios outrora considerados do quotidiano hoje imprestável, desperdício, inutilidades…lixo. Uma peça musical que procura a melhor ligação de carácter visual e sonoro, trabalhando variações de velocidade, de intensidade e de timbre, partindo de uma instrumentação, que mais não é do que instrumentos / esculturas sonoras confeccionadas através de lixo, objectos/brinquedo e ambientes sonoros/rua.
COORDENADOR:
João Ricardo Oliveira
Trabalha entre Portugal e Alemanha, Berlim, onde centraliza o desenvolvimento da sua actividade de músico-escultor sonoro. Da sua obra faz parte integrante a criação de objectos esculturais, instrumentos musicais, objectos sonoros e sua apresentação em concertos, performances e intervenções públicas. Colaborou com diversos artistas portugueses e estrangeiros, participou em numerosos festivais internacionais de música, dirigiu „workshops“ para crianças e seniores sobre construção de instrumentos a partir do lixo.
DATA DE INÍCIO:
DURAÇÃO:
30 Dias
LOCAL:
Junta de Freguesia da Cividade
PÚBLICO-ALVO:
Crianças dos 10 aos 12 anos.
NÚMERO DE PARTICIPANTES:
13 crianças.
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